domingo, 18 de setembro de 2016

E as passagens de pedestre da Vila Assunção?



Assunto recorrente no blog, mas importante que se retorne. Em dezembro, fará 7 anos que a comunidade da Vila Assunção recorreu ao Ministério Público para intervir em relação às vendas que a Prefeitura de Porto Alegre estava fazendo das passagens de pedestres do bairro, algumas, com escadarias e desenhos paisagísticos lindos, se fossem bem cuidadas.

Desde então, um inquérito civil tramitou vagarosamente, até que um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) fosse estabelecido com a prefeitura em 2012. Por esse TAC, a administração municipal deveria realizar um levantamento de todos esses próprios públicos, o que foi feito de forma irretocável pela Arquiteta Roseli Gessinger e apresentado aos moradores na audiência pública de 30 de setembro de 2015, na Paróquia da Igreja da Assunção, indicando um diagnóstico de cada imóvel.

Na audiência pública, além da comunidade, compareceram a representante da Procuradoria Geral do Município, Drª. Andrea Vizzoto, a representante do Ministério Público, Drª Annelise Steigleder, e o vice-prefeito, Sr. Sebastião Melo. Ficou acordado que, a partir do diagnóstico realizado, representantes do Ministério Público e da Procuradoria do Município iriam verificar caso a caso cada um desses bens e propor alternativas, que seriam levadas e discutidas com a comunidade. Por exemplo, se  a passagem estivesse invadida, seria feita uma reintegração de posse.

Em 06 de maio de 2016, como não tivesse nenhum resultado apresentado ou mesmo notícia de que o processo estava em curso, representantes da comunidade enviaram ofício ao Vice-Prefeito Sebastião Melo, solicitando uma audiência para conversar sobre o assunto. 

Até hoje, o vice-prefeito, hoje candidato à Prefeitura de Porto Alegre, não respondeu. Não se tem notícia de que esteja havendo essa discussão na administração municipal e, a cada dia, a Vila Assunção perde mais suas características de bairro Cidade-Jardim. 
Atualmente, verifica-se a existência de garagens e casas construídas em áreas públicas; outros, simplesmente incorporaram essas áreas aos seu terrenos. 

Fico impressionada com o descaso e o desprezo para com a população e com a coisa púplica. Não entendo como algo que foi denunciado há quase 7 anos, ainda não tenha tido uma solução. Foram feitas 2 audiências públicas. Nas duas, as pessoas manifestaram desejo de que as passagens permanecessem, com o evidente cuidado por parte da prefeitura, realizando a manutenção de iluminação e capina, inclusive demandando o retorno do que foi vendido de forma ILEGAL.

As eleições municipais estão aí. A escolha de vereadores e prefeito são decisivas no processo de construção da cidade que queremos. O nosso voto é valioso, pois precisamos de vozes que nos representem. Mas também temos que exercitar nossa participação, por mais difícil que possa ser. Sigamos pressionando por aquilo que entendemos ser melhor para a qualidade de vida da nossa cidade.

Hoje, nem mais isso é possível ver. Foi totalmente fechada pelo proprietário lindeiro.






domingo, 5 de junho de 2016

Antes que acabe...

O artista plástico e antropólogo João Galera resgata, com o projeto 'Antes que acabe', a memória da cidade de São Paulo através dos desenhos que registram as casinhas de vila, tradicionais de São Paulo, e são destruídas em meio ao processo de verticalização - crescente e constante da cidade.
O objetivo do projeto é usar a arte como instrumento de resistência. Através da técnica, Galera dialoga com a época em que as casa eram soberanas da paisagem paulista. O processo de desenhar vai de encontro à velocidade de crescimento da cidade, provocativo, e retém documentada a memória arquitetônica de uma São Paulo mais bucólica.
Através desta campanha, João deseja levar o trabalho ao maior número de pessoas possível, através da publicação do LIVRO 'ANTES QUE ACABE', onde reunirá os desenhos do projeto, produzidos ao longo de meses de pesquisa e observação.O livro contará com 60 desenhos e terá a parceria da Mandacaru Design para a produção gráfica.
Você pode garantir o seu e contribuir para a publicação deste livro aqui! Basta escolher uma opção de recompensa ao lado, e torcer para a campanha atingir a meta.
Além do livro, também estão à venda 3 opções de serigrafia (impressão sobre papel), com edição limitada de 20 exemplares cada, numeradas e assinadas pelo artista.  Veja as opções abaixo.

Com a sua colaboração, o livro será impresso e os desenhos e registros resultantes do projeto 'Antes que acabe', poderão chegar a mais pessoas, mantendo viva parte da historia de São Paulo através da arte de João Galera.










"São Paulo, a sétima maior cidade do mundo, completará 462 anos em 2016. Uma cidade antiga, com uma história baseada em rios, pobre e isolada de importância no início da colônia.
São Paulo foi crescendo sem dono (ou muitos), enriquecendo, criando raízes, bairros, casas, vidas. Cresceu em importância econômica, política. A casa típica dos bairros da cidade – o sobrado comprido, com janelas para a rua, suas grades, seu chão de cacos vermelhos, a geometria de arcos, pequenas colunas, o jardim atrás – sendo pouco a pouco substituída por grandes prédios de vidro e concreto. Contradições da cidade que tenta apagar sua história. O projeto visa registrar iconograficamente os remanescentes dessas construções, antes que acabem.
É um trabalho de resgate e resistência."
Vocês podem contribui para o projeto, acessando a página: https://partio.com.br/projeto/livro-antes-que-acabe/ ou clicando AQUI

sábado, 12 de março de 2016

Audiência Pública dia 16 de março: Cais Mauá

VENHA, TRAGA OS AMIGOS, DIVULGUE, PARTICIPE E DISCUTA!

DIA 16 DE MARÇO, ÀS 18H30, NO AUDITÓRIO DANTE BARONE, NA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA!



Agora, dia 16 de março, vamos ter uma oportunidade real de ouvir e sermos ouvidos sobre o projeto proposto para o nosso cais, por iniciativa do Deputado Estadual Tarcísio Zimmermann, proposta frente à comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembléia Legislativa. A organização do encontro convidou oficialmente o Governo do Estado do RS, através da Casa Civil, a Prefeitura de Porto Alegre, membros do Ministério Público, em especial das promotorias nas quais correm os inquéritos civil que investigam as irregularidades do projeto do cais, o Ministério Público de Contas e o Consórcio Cais Mauá do Brasil. 



Como vem sendo divulgado pela imprensa e pelas redes sociais, o projeto é eivado de irregularidades, que iniciaram mesmo antes da assinatura do contrato de arrendamento firmado entre o Governo do Estado (quando era Yeda Cruscius a governadora) e o consórcio, nos últimos dias de dezembro de 2010. Embora tais irregularidades sejam graves, os procedimentos para a obtenção dos licenciamentos seguem em grande velocidade, tendo o compromisso do prefeito Fortunati de "fazer o possível e o impossível" para que o projeto seja executado.  
No entanto, a cada dia, mais pessoas se envolvem na discussão e questionam a proposta que vai modificar para sempre o perfil de Porto Alegre. Isso porque é prevista a demolição do Armazém A7, uma estrutura um pouco mais nova que os demais armazéns e que não tem a proteção do tombamento, ainda que seja inventariado como bem de compatibilização. Isso significa que pode ser demolido, desde que a construção que ali venha a ser realizada observe as restrições necessárias à preservação cultural e histórica da edificação dos outros armazéns e da Usina do Gasômetro, além do entorno a que estiver vinculado, bem como à paisagem urbana, conforme determina a Lei Complementar nº 601/2008.
Baseado nessa brecha, o projeto de "revitalização" prevê a construção de um shopping center no local. No extremo oposto, próximo à rodoviária há a intenção de serem construídas torres de salas de escritório e hotel. Como também já discutido, serão disponibilizadas 4.000 vagas de estacionamento, aumentando o fluxo de carros numa região já com sinais de saturação de mobilidade.
Na próxima quarta-feira, dia 16 de março, as irregularidades jurídicas serão pontuadas, as questões ambientais, urbanísticas e patrimoniais virão à discussão e a população poderá participar dessa discussão essencial para a cidadania.


domingo, 3 de janeiro de 2016

Exposição "A cidade que se quer"

     
        A questão urbana vem tornando-se cada vez mais complexa: a maior parte da população do planeta já vive nas cidades; as mudanças climáticas são uma realidade que assusta a todos. Fica cada vez mais evidente que temos que repensar nossas cidades e a relação que temos com elas. 

        E inspiradas naquilo que crianças querem para Porto Alegre, foram feitas essas imagens. A partir da proposição da professora da 5ª série de duas escolas - uma pública e outra particular -, os alunos foram desafiados a escrever um parágrafo, colocando nele seus sonhos e desejos de uma cidade ideal. 

         Tarefa difícil colocar, em imagens, a imaginação e a realidade de crianças entre 10 e 11 anos, que observam o lugar onde vivem e têm, para com ele, expectativas distintas. Contudo, os muitos desejos em comum desenharam uma cidade limpa, segura, alegre.

       As mudanças já começam a dar sinal: os espaços públicos são ocupados e ressignificados, a população procura seu espaço nas decisões que vão alterar a configuração urbana, novas soluções são experimentadas. Mas é essencialmente das crianças a Porto Alegre do futuro.

Aqui estão as fotos e textos que compuseram a exposição " A Cidade que se quer", que teve início em 11/12/2015, na sede do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB/RS)





“Uma cidade com aerotrens, que levassem as pessoas de um lugar para o outro, parques para piqueniques, áreas de lazer, prédios altos com cobertura coletiva, com piscina, lazer e esporte. Ônibus de dois andares, com vários clubes, barcos para turismo, praças com brinquedos maiores e mais bem cuidados.” Catarina Bertoja Gick, Turma: 152, Colégio Marista Ipanema.

 “Na minha cidade ideal não pode ter roubo, ladrão e assalto. Tem que ter pessoas felizes, casas para todos, com ninguém na rua e bem limpinha, iluminação e eventos.”
Eduarda de Quadros Lopes
Turma: 52 
Escola Estadual Osório Duque Estrada 








“Minha cidade ideal é sem poluição, sem ladrões, uma cidade melhor. E com bastante doces, com animais soltos em Porto Alegre, todo tipo de animais. Uma cidade alegre, feliz, tudo legal.”
Nataly Ramos AlvesTurma: 51, Escola Estadual Osório Duque Estrada 




















 “As casas seriam de biscoito, o tronco das árvores seriam de salsicha e as folhas de chocolate, a chuva seria de açúcar e a neve seria sorvete, as pessoas sempre estariam contentes, não haveria nada para desanimá-las.”

Lívia PetersenTurma: 152, Colégio Marista Ipanema 







 
“Uma cidade que não tenha crimes e onde todos os meus amigos tenham casas uma do lado da outra”.
Marcelo Rodrigo Carvalho MartelliTurma: 152, Colégio Marista Ipanema























"Para começar, para mim, o transporte público: tem gente que fica mais de uma hora esperando o ônibus. E coisas para a cultura, arte, jogos. As coisas são todas caras. No final do mês, só pagando contas, não dá nem pra se divertir. Os parques sempre todos sujos e cheios de bandidos. Quero uma cidade com direito de expressão, homossexuais. Uma praia relaxante para tirar muitas fotos (quando eu falo muitas é muitas!). E internet wi-fi de graça.”
Maria Julia S.C BarriosTurma: 51, Escola Estadual Osório Duque Estrada






“Para mim, deveria ter muito policiamento, a cada rua, e talvez em cada moradia. Ter muita plantação e mais praças ao ar livre. Também, muito mais hospitais, em cada bairro, tirando coisas desnecessárias para o público, mais escolas (públicas e particulares), com direitos para os professores e melhor salário. Ajudaria as pessoas que não têm condições, para ter uma casa, tiraria as vilas (todas). Proibiria as pessoas de andarem de carro, só a pé, de bicicleta e etc, para não existir mais poluição na cidade.”

Giovanna Pedrini M. 
Turma: 153, Colégio Marista Ipanema 






 
“A cidade ideal seria perfeita para mim com policiais em todos os lugares, mais câmeras de segurança para certos policiais corruptos no trabalho sujo, mais dinheiro para os professores, hospital e construções de prédios e casas e sem ladrões e traficantes. E nunca assédios sexuais pelos ônibus, metrô e lugares muito apertados e sem racismo.”
Ezequiel Lima Neves
Turma: 51
Escola Estadual Osório Duque Estrada












“Seria uma cidade onde todos se conhecessem e se respeitassem, que não tivesse pessoas nem animais de rua, com muita segurança e bem limpa. Com mais praças e lugares mais tranquilos onde toda a família pudesse se divertir. Resumindo, essa seria minha cidade ideal”.
Paula Mór Spannenberg
Turma: 153
Colégio Marista Ipanema








“A minha cidade seria sem roubos, sem preconceito, mais segura. Na verdade, tinha que mudar quase tudo. Tipo, as escolas tinham que ser mais seguras, o Guaíba tinha que ser mais cuidado, sem lixo, o centro tinha que ter mais policiais etc. Porto Alegre é muito legal, mas tem que cuidar, né, para ela ser mais limpa."
Vitória Maciel
Turma: 51

Escola Estadual Osório Duque Estrada