terça-feira, 20 de maio de 2014

Petrópolis e Patrimônio Cultural

Trago o texto da jornalista e ativista Tania Faillace sobre questões de patrimônio:

fonte: http://www.mprs.mp.br/imprensa/noticias/id17329.htm

Com respeito à polêmica de preservação do patrimônio cultural do bairro Petrópolis, envio, em anexo, o folheto que está sendo distribuído pelo movimento defensor do patrimônio cultural da cidade, naquele bairro.
A ganância especulativa chegou a um ponto, nesta capital, que não respeita sequer o bom senso, e, portanto, optou por criar um estado de espírito artificial de incêndio na floresta, como se estivessem todos a caminho de desapropriações em massa a preço vil, quando o caso é justamente o contrário: valorizar o patrimônio imobiliário dos cidadãos pelo acréscimo de seu valor cultural.
A idéia geral, como alguns empresários do setor deixaram escapar na saída da reunião no CMDUA que apresentou a listagem, é DEMOLIR TUDO. 
Se pudessem, também demoliriam a Catedral, a Igreja das Dores, o Palácio do Governo, o Museu Júlio de Castilhos e outras velharias, segundo a ótica de que uma cidade é apenas um somatório de títulos financeiros e créditos furados. 
Pois... se há uma proposta já enunciada da empreiteira norteamericana que se oculta com um nome brasileiro, de demolir o Colégio IPA para fazer ali um super-espigão justamente em cima da piscina, como revelaram os portavozes do movimento de ex-alunos para o tombamento daquela escola na reunião ontem de vários bairros pelo movimento Moinhos Vive... de que mais se pode duvidar?
Os açorianos não chegaram aqui e se instalaram lá pelo século XVII ou XVIII, para alguns especuladores fazerem terra arrasada de sua memória, de suas lutas e da história de Porto Alegre dos Casais, integrada à formação da província e posteriormente do estado do Rio Grande do Sul . 
Ainda por cima, especuladores sem vinculação com os valores da cultura sulina... foi assim que se criou a bolha imobiliária norteamericana em 2008, aquela que se espalhou pelo mundo.
Cidade é abrigo, convivência e memória, não é um par de dados a ser jogado e aceitar apostas. 
Tania Jamardo Faillace

Um comentário:

  1. O Interessante é questionar o motivo pelo qual a casa de um influente cronista da RBS - com grande valor histórico, não foi "tombada".
    Foi um processo "seletivo"?
    No mínimo estranho...

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