domingo, 24 de março de 2013

Aniversário de Porto Alegre

          Porto Alegre está de aniversário, razão mais que especial para se fazer uma reflexão sobre a cidade que vivemos e a cidade que queremos. Recentemente, um texto excelente foi escrito por Carol Bensimon, publicado no caderno de cultura da Zero Hora (acesse aqui). Nele, a escritora tece críticas e considerações sobre no que nossa cidade vem se transformando. Casas antigas, repletas de história, vão velozmente desaparecendo num suceder de escombros, orquestrado de forma a tornar inócua qualquer reação. Some-se a isso o famigerado conceito de "fato consumado", uma espécie de escudo protetor para que se consolidem situações que suscitem alguma dose de polêmica. E assim, a história da comunidade, das pessoas e da cidade vai desaparecendo.

          Outro aspecto que Carol aponta é a opção que a administração municipal  vem fazendo pelo automóvel. Cada vez mais, os percursos têm tornado-se mais longos e o transporte coletivo, menos convidativo.  Caminhar, segundo a autora, chega a causar uma sensação de insegurança, tal o desuso do hábito.
         Contudo, um movimento de resistência vem se estruturando dentro de nossa sociedade. São pessoas que se organizam de forma voluntária e criativa, oportunizando que a cidade seja vivida de forma mais humana e democrática. Temos inúmeros exemplos dessa nova forma de viver a cidadania: PortoAlegre.cc, Passagem com arte, Projeto Vizinhança e tantos outros que têm como objetivo tornar os espaços públicos lugares de convivência, tornando os frequentadores também seus cuidadores. 
          Um grupo, em especial, conseguiu apontar um caminho para algumas das preocupações expressadas no texto da Carol. É a gurizada do Freewalkpoa, que tive a grata satisfação de conhecer ontem, num dos eventos programados para a semana de aniversário de Porto Alegre. A proposta é uma caminhada guiada por uma região do centro da cidade - ontem foi a Cidade Baixa -, contando sua história, mostrando sua arquitetura, propiciando a participação dos ouvintes em relatos pessoais ou histórias folclóricas ocorridas no bairro. Não bastasse o passeio em si, corre-se o "risco" de se conhecer pessoas interessantes e de se dar gostosas risadas, além de paradas estratégicas em alguns bares para refrescar a garganta e conhecer a vida que existe fora dos shoppings centers (sim, existe e é fantástica!!).
Foi como uma visita a uma Porto Alegre que eu desejo para mim, para meus amigos, para todos os cidadãos. Ela existe, mas precisa do nosso empenho, como força antagônica àquilo que vem sendo imposto a nós. Porto Alegre merece esse presente.

Turma do passeio
Museu Lopo Gonçalves


Travessa Venezianos

Nossos simpáticos guias











Mais detalhes dos grupos citados:
https://www.facebook.com/FreeWalkPoa
http://urbsnova.wordpress.com/2013/03/23/encruzilhadas-urbanas-por-carol-bensimon/
https://www.facebook.com/poa.cc?fref=ts
https://www.facebook.com/ProjetoVizinhanca?fref=ts
https://www.facebook.com/passagemcomarte?fref=ts

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