Ok. Esse é o título de uma música
que pode ser considerada uma espécie de hino contra os bicudos tempos de
ditadura, com início há exatos 50 anos e que teve como atestado de óbito a
Constituição Federal de 1988. Não pretendo aqui fazer nenhuma apologia pró ou
contra, nem fazer um tratado sobre as causas e efeitos decorrentes do período.
Mas foi a primeira expressão
que me veio quando pensei sobre o assunto que pretendia escrever: o evento Arte
e Artista na Orla. Ele ocorrerá agora, no domingo, dia 16 de março, na orla do
Guaíba, no bairro de Ipanema. A ideia foi trazer a cultura para a comunidade,
num caminho inverso do que ocorre em regra, convidando artistas a travarem com
o público um diálogo sobre a sua obra. Essa é, também, uma forma de demonstrar
que a cultura precisa ser descentralizada e achar seu espaço no bairro. Como
ele ainda não existe, a orla será um palco luxuoso para a exibição.
Esta estratégia faz parte de
um projeto que objetiva transformar a antiga casa do Comendador Castro em um
centro cultural, onde serão ofertadas oficinas de arte, exposições, palestras e
outras atividades.
Casarão do Comendador Castro |
O evento do próximo sábado,
em particular, é um projeto hercúleo, capitaneado por Márcia Morales e, dessa
longa jornada para fazê-lo acontecer, vem a frase do título da coluna.
Acompanhei os bastidores da empreitada e posso dizer que não foi nada fácil. A
burocracia emperra muita boa vontade. É uma sucessão de documentos e
solicitações a serem apresentadas. É um depender da vontade de terceiros para
obter respostas que possibilitem passar para uma nova fase no processo. É um
emaranhado de leis e decretos, que levam o desavisado empreendedor à beira do
desespero.
Mas, apesar de tudo isso,
dos mandos e desmandos, de muitos desvios por tantas secretarias e
departamentos, a persistência da criadora do evento prevaleceu. E tal evento
será lembrado como o pontapé inicial para estabelecer o Centro Cultural de
Ipanema. Não só o bairro, como a cidade inteira merece esse presente e a
oportunidade de viver a cultura, mercadoria às vezes tratada como luxo, outras,
como lixo.
É uma oportunidade para
repensarmos nossa atuação em todos os processos que dizem respeito a nós e à
nossa cidade. A necessidade de união de esforços com metas comuns, de se deixar
de lado vaidades, pensando sempre na construção de um objetivo, quer seja a
preservação do meio ambiente, o conserto da calçada, a segurança do bairro ou a
produção da cultura. O evento Arte e Artista na Orla vai ser um sucesso, apesar
dos percalços. Espero vocês lá!
OBS: Estaremos conversando com o pessoal lá, às 15h!
Querida Jacqueline, realmente foi um evento maravilhoso! Parabenizando a Márcia Morales, parabenizo a todos que, apesar de tantos entraves burocráticos, trouxeram a "Arte e Artistas", para o palco natural da Orla de Ipanema onde encontro humano e a beleza das obras, inundaram nossos corações de puro encantamento! Com carinho, Sandra.
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